O que você precisa saber sobre a Nova Versão do Instrumento de Classificação de Pacientes de Perroca
- Marcia Galan Perroca

- 5 de mar.
- 3 min de leitura
O instrumento de classificação de pacientes (ICP) proposto por Perroca visa identificar a demanda de atenção de pacientes em relação à enfermagem. Constitui-se em ferramenta para a mensuração da carga de trabalho (CTE), ou seja, a quantidade de atividades e o tempo utilizado em cuidados diretos (à beira leito) e indiretos (sem a presença do paciente). A variação da CTE identificada permite ajustes no cálculo de pessoal necessário para o processo de cuidar.
Em 2011(1) passou por um processo de refinamento. Isto porque escalas são construídas considerando um momento temporal do contexto de prática. Quando ocorrem avanços nas ciências da saúde e de enfermagem e novas tendências são introduzidas tanto no âmbito assistencial como no gerencial seu conteúdo necessita ser atualizado.
Alterações realizadas
Em sua nova estruturação incorporou novas atividades que consomem tempo da equipe de enfermagem em relação à:
Gestão do cuidado: planejamento da assistência (SAE), acesso à informação, documentação, comunicação interprofissional e utilização de recursos;
Procedimentos: auxílio em exames diagnósticos e terapêuticos avaliação clínica do enfermeiro, atendimento de urgências e emergências; medidas preventivas de lesão de pele;
Movimentação de pacientes: transporte dentro/fora da unidade com acompanhamento do pessoal de enfermagem;
Administração de medicamentos: colocação e troca de infusões
As novas áreas de cuidado
Dessa forma, o instrumento ficou constituído por nove áreas de cuidados apresentadas abaixo:

Outras Pontuações (Escores)
Para retratar de forma mais precisa a classificação do cuidado procedeu-se, ainda, à revisão da padronização do escore, ou seja, dos intervalos entre as categorias (mínimos, intermediários, semi-intensivos e intensivos).

Validação de Instrumentos – uma questão fundamental
No entanto, a construção de uma escala, por si só, não garante que ela se encontre validada para uso na prática clínica. Instrumentos de medida (escalas) devem ser sustentados por evidências. É imprescindível que eles sejam submetidos a testes, denominados psicométricos, para avaliar se são confiáveis e válidos, ou seja, se há credibilidade e qualidade nos dados gerados.
Os resultados dos testes conduzidos com o ICP de Perroca demonstraram a importância e contribuição de todas as áreas de cuidados para captar as necessidades individualizadas dos pacientes e elevada concordância nas classificações entre os avaliadores. Revelaram, ainda, a habilidade em categorizar corretamente pacientes nos diferentes níveis de cuidados, ou seja, a capacidade preditiva de 99,6%. Portanto, forneceu evidências de que a nova escala é confiável e válida e pode nortear a prática clínica e gerencial de enfermagem(2).
O ICP foi, dessa forma, validado para uso em pacientes adultos internados em unidades de clínica médica, cirúrgica e especializadas (geriatria, doenças infectocontagiosas, ginecologia, UTI, dentre outras)(2). A nova versão do instrumento pode ser disponibilizada pela autora mediante contato.
Atenção: Destaca-se que após a validação da nova versão, o instrumento original com 13 áreas de cuidados publicado em 1998 e entre 2002-2004 ficou desatualizado e NÃO SE RECOMENDA SEU USO NA PRÁTICA CLÍNICA.
Para maior detalhamento sobre o processo de construção e validação do da nova versão do ICP indica-se a leitura dos artigos:
1. Perroca MG. Desenvolvimento e validação de conteúdo da nova versão de um instrumento para classificação de pacientes. Revista latino-americana de enfermagem. 2011. 19(1): [09 telas]
2. Perroca MG. The new version of a patient classification instrument: assessment of psychometric properties. Journal of Advanced Nursing. 2013. 69(8), 1862–1868. doi: 10.1111/jan.12038
Sobre a Professora Márcia Galan Perroca
Mestrado e Doutorado em Gerenciamento em Enfermagem pela Universidade de São Paulo; Pós-doutorado pela Universidade de Linköping, Suécia nos anos de 2002 e 2005; Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) - SP - Brasil (1992-2020) na área de Gerenciamento em Enfermagem; Coordenadora adjunta do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem – Mestrado na mesma instituição (2012-2017); Fundadora e líder do grupo de pesquisa Gestão de Serviços de Saúde e de Enfermagem (GESTSAÚDE) cadastrado no CNPq. Atualmente é professor e orientador do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem – Mestrado na FAMERP e investiga temas relacionados à gestão em saúde e enfermagem, mensuração de carga de trabalho da equipe de enfermagem e desenvolvimento e validação de instrumentos. Avaliador de periódicos de enfermagem. Membro consultivo da Rede Brasileira de Dimensionamento e Planejamento da Força de Trabalho em Saúde (ReDimensiona).




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